Ao aprendiz de poeta!

Não sei se responde à tua pergunta:


Pele

Quem foi que à tua pele conferiu esse papel
de mais que tua pele ser pele da minha pele

David Mourão-Ferreira


Há já muito tempo que sinto algo assim. Perguntaste se sabia reconhecer a diferença e disse-te que sim... sinto-o e não me canso de o sentir, contra toda a lógica e racionalidade... Hoje dei por mim novamente à espera!!!

Mário de Cesariny

O homem que não procurava louvores.

Faz-me o favor...

Faz-me o favor de não dizer absolutamente nada!
Supor o que dirá
Tua boca velada
É ouvir-te já.

É ouvir-te melhor
Do que o dirias.
O que és não vem à flor
Das caras e dos dias.

Tu és melhor - muito melhor!
Do que tu. Não digas nada. Sê
Alma do corpo nu
Que do espelho se vê.




Que tenha tido uma daquelas mortes boas, como ele próprio disse querer.

My name is Bond

Quando assistimos à intodução do filme percebemos que não se trata de um mais um filme sobre as aventuras de James Bond. O tema do incrível Chris Cornell acompanha uma introdução onde não se vislumbra um único perfil feminino...

Aos 15 minutos de filme decidi olhar para James Bond como se se tratasse de um estagiário. Alguém que partilha o mesmo nome do famoso agente secreto, acabadinho de receber o estatuto de agente 00. Não podemos ver este filme como se se tartasse da primeira aventura de Bond pela quantidade de anacronismos: desde os telémoveis, aos automóveis... a própria M, que não sendo uma mulher no original de Fleming, revela que ter saudades da Guerra Fria, habitat de James Bond.

Ontem, na última página do jornal Público, uma pequena nóticia dava conta que Daniel Craig ultrapassa Sean Connery na preferência dos fãs de James Bond. Impossível... impensável...

Daniel Craig é um novo Bond. Um Bond que não dá grande importância ao que bebe e como o bebe. Um Bond rico em sarcasmo, contudo impulsivo. Um Bond que, ao contrário dos anteriores, sangra, é ferido e se apresenta de cabelo desalinhado. Por tudo isto digo ser um Bond em estágio. Tal como nos comics, tal como o Batman ou o Super-Homem, heróis que com o tempo passaram a revelar características mais humanas, fisica e psicologicamente, este novo Bond sofreu uma transformação. Não direi que se trata de um mau James Bond, nem mesmo fraco. É simplesmente um novo James Bond.

Sério candidato a várias estatuetas

Há muito tempo tempo que não saía da sala de cinema com as medidas tão cheias. Um elenco genial para um grupo de personagens fora de série e um enredo marcado pelo paradoxo e pelo contraste. Simplesmente genial e delicioso...

Filme da Semana

The Departed: Scorsese voltaste!!!

Papel

Manter um blogue não é propriamente fácil. Manter os nossos amigos actualizados (sim, porque quem na realidade lê o que escrevemos são os nossos amigos) é uma tarefa morosa que exige alguma vontade e, como não podia deixar de ser, um leque variado de assuntos.

O dia-a-dia não nos deixa muito tempo para estas coisas e penso que poucos criam um blogue com o objectivo de o tornar um diário íntimo, pois o próprio conceito de íntimo não o permite. Às intimidades e desabafos reservo-lhes o papel, tal e qual o que acontecia na minha adolescência. Quantas cartas e bilhetes escritos aos meus amigos, à minha própria pessoa... aos namoricos...

Este fim-de-semana reli algumas destas confidências. Coisas simples, coisas que então pareciam complicadas e a constante procura do génio que caracteriza os grandes autores. Coisas que não ousava dizer alto e que o papel guardou silenciosamente.